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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Resposta ao artigo do Ilustríssimo Sr. Élio Gaspari

Quando se fala em ponto de vista espera-se obviamente uma opinião parcial. Sabemos que a mídia não tem opinião isenta... Sempre tendenciosa. E este artigo opinativo então, nem se fala!
Sendo assim, mais uma vez, a mídia vem à carga contra os sindicatos e suas centrais. O jornalismo cada dia mais empobrecido, publica o mesmo artigo cheio de más intenções nos maiores jornais impressos do Brasil!
Ao contrário do que prega o autor do artigo “O ocaso do sindicalismo emergente”, senhor Elio Gaspari, não há dinheiro fácil no movimento sindical, nem nas centrais sindicais. Este dinheiro é concedido pelo Estado para manter as lutas em defesa dos trabalhadores. Tais lutas, muitas vezes nas portas de fábricas, em muitas madrugadas, nas mesas de negociações com patrões mal intencionados, greves contra absurdos impostos aos trabalhadores... Não há nada fácil no movimento sindical!
O articulista também deveria acompanhar a imprensa sindical, que regularmente publica balanços financeiros, ou assistir as rotineiras assembléias de prestação de contas. Indiscutivelmente, a transparência dos sindicatos – dos engajados na luta classista – é bem maior do que a das empresas privadas.
É fato que defendemos sim, a luta do operariado na Grécia, nos solidarizamos com os trabalhadores do mundo todo, mas NUNCA nos esquecemos, sequer um dia, o cotidiano do trabalhador brasileiro, que é massacrado, desrespeitado e agredido, não só por maus patrões, mas também pela informação tendenciosa das mídias.
É um absurdo que alguém se preste a defender empresas em detrimento dos trabalhadores, já há tanto, massacrados.
Em tal artigo, o autor chega a dizer que “é de direito de tal empreiteira demitir quantos funcionários ela quiser”. Nesta colocação fica muito claro aonde esta querendo chegar e a quem defender. Com certeza, esse ponto de vista não defende o trabalhador, mesmo quando ele usa o termo “a ingrata situação de quatro mil trabalhadores serem demitidos”, assim justificando seu cego ponto de vista. Fica-nos muito claro qual lado o autor de tão tendencioso artigo está.
O trabalhador tem que se informar de verdade e não se deixar levar por vilões mascarados querendo se passar por heróis. As máscaras sempre caem, e todos estes que se dizem defensores da boa moral e dos bons costumes, sempre estão do lado oposto ao dos trabalhadores.
Temos que nos unir e começarmos a cobrar nossos direitos tanto reduzidos na era Fernando Henrique Cardoso, tanto defendido por estes senhores da boa moral. O trabalhador não pode ser um joguete nas mãos dos empresários, que se acham com o direito de nos mandarem embora sempre que quiserem para boa manutenção do seu lucro. O operário não é um objeto descartável, como tenta passar o senhor deste artigo, que com certeza foi muito comemorado por tantos empresários.


Resposta Stipapel e CTB/PR





O Complexo de empresas de guardanapos em Piraquara, que há muito tempo vem sendo chamada atenção pelo STIPAPEL pela sua falta de responsabilidade com os seus funcionários, agora resolveu dar férias coletivas de dez dias aos seus trabalhadores, descontando em folha estes dias dez, de acordo com relatos dos funcionários, “o dinheiro fez muita falta no final do mês”. Outro detalhe é que as férias coletivas concedidas de 4 a 14 de março NÃO foram homologadas pelo Sindicato e tampouco passaram pelo Ministério do Trabalho, ASSIM É ILEGAL.
Conforme a cláusula 29 da CCT, que trata das férias coletivas, está bastante claro que só é possível concedê-las, no primeiro dia útil da semana e não no final de semana, como foi dado pelo complexo de empresas aos seus funcionários. ASSIM É ILEGAL
De acordo com a CLT, no artigo 39, as férias coletivas poderão ser concedidas aos trabalhadores, desde que: “inciso 2º - Para os fins previstos neste Art., o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. Inciso 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho”.
Sendo assim, é incorreto, inconcebível, imoral que um Complexo de empresas de guardanapos, do porte deste de Piraquara, envie na quinta-feira, dia 3 de março um fax inelegível ao Sindicato dizendo que os funcionários entrarão em férias coletivas.
  Além disso, os trabalhadores tiveram que trabalhar no domingo, dia 17, para compensar o sábado dia 23, que por ser feriado a empresa emendou.. Outro absurdo, pois aos domingos todos os trabalhadores têm direito à hora extra de 100%, enquanto que aos sábados, segundo acordo da empresa com os funcionários, funciona como hora normal de trabalho. ASSIM É ILEGAL.
Outra queixa dos trabalhadores é com relação ao assedio moral que  estes  sofrem constantemente pelos patrões. Segundo RA*, “eles cobram que a gente produza cada vez mais e se a gente não produz, eles dão bronca, chamam todo mundo e querem saber porquê não estamos produzindo tanto quanto eles querem”. A resposta é simples o Complexo de empresas de guardanapos de Piraquara não dá condições adequadas de trabalho aos seus funcionários.  Tanto, que se comenta ainda, que há falta de armários para guardarem seus pertences pessoais, e que a alimentação é de qualidade ruim, problema antigo dentro do Complexo.
O STIPAPEL ESTA DE OLHO EM TODAS ESSAS IRREGULARIDADES

Res: O ocaso do sindicalismo emergente

Estadão e o “dinheiro fácil das centrais”


Por Altamiro Borges




O oligárquico jornal O Estado de S.Paulo nunca disfarçou o seu ódio ao sindicalismo. Antes da consolidação do trabalho assalariado, ele publicava anúncios para a venda de escravos. Nas primeiras greves no Brasil, ele defendia a feroz repressão aos anarquistas. Já durante os governos de Getúlio Vargas, o jornal fez de tudo para derrubar o “pai dos pobres” e suas leis trabalhistas. No governo João Goulart, o diário pregou o golpe contra a “república sindicalista” e o “espectro comunista”.




Na fase recente, embalado pelos dogmas neoliberais, o Estadão reforçou o sermão diuturno pelo cerceamento das atividades sindicais para “libertar o mercado”. O editorial de hoje (11) é mais um lance desta ofensiva. Como não dá para propor a cassação de mandatos e a prisão de dirigentes, o jornal agora defende a asfixia pura e simples do sindicalismo. Prega, abertamente, o fim da contribuição sindical, que ainda hoje é indispensável para a sobrevivência de várias entidades no país.




Visão elitista e arrogante
Na sua ótica elitista, o jornal afirma que “sem nenhum esforço, pois o dinheiro lhes é repassado automaticamente pelo governo, as centrais sindicais receberam no ano passado R$ 102,2 milhões, que gastaram do jeito que quiseram, sem se preocupar em prestar contas ao poder público... A legislação que lhes assegura o direito de apropriar-se de uma parte do salário dos brasileiros não as obriga a informar, nem mesmo aos trabalhadores que dizem representar, o que fazem com tanto dinheiro. Fazem o que bem entendem”.
A famiglia Mesquita deve, realmente, “fazer o que bem entende” com os recursos que recebem da publicidade oficial. Já os seus jornalistas, pouco afeitos à cultura sindical, deveriam madrugar nas portas de empresas, comandar assembléias, piquetes, greves e protestos públicos, enfrentar a repressão policial, participar de prolongadas negociações com patrões intransigentes. Desta experiência enriquecedora perceberiam que a prática da parte saudável do sindicalismo não é feita “sem nenhum esforço”.




Jornalismo sem seriedade
O jornal também deveria acompanhar a imprensa sindical, que regularmente publica balanços financeiros ou assistir as rotineiras assembléias de prestação de contas. Indiscutivelmente, a transparência dos sindicatos – dos engajados na luta classista – é bem maior do que a das empresas privadas. Que bom seria se a famiglia Mesquita abrisse sua contabilidade no período das negociações coletivas. Já que é contra o uso de recursos públicos, o Estadão até poderia abrir mão da publicidade de governos e empresas estatais.
Na prática, o discurso maroto do Estadão – pelo “fim dos pelegos” – visa estrangular financeiramente os sindicatos e inviabilizar a atuação das centrais. Ele revela o temor com o poder de fogo do sindicalismo. “Com o aumento do número de trabalhadores com registro em carteira e da renda real média dos brasileiros, em razão do crescimento da economia, também as receitas das centrais aumentam. No ano passado, elas foram 20,8% superiores às de 2009, quando haviam crescido 21,6% em relação ao ano anterior”.


A tática da generalização
Para encobrir a sua maldade, o Estadão sempre dá destaque para exemplos concretos de corrupção sindical. A partir destes casos – alguns deles reais, que merecerem a repulsa da sociedade –, o diário generaliza a crítica ao sindicalismo. Para ser conseqüente na sua visão generalista, o jornalão burguês deveria propor o fim do capitalismo, com a prisão dos empresários que sonegam impostos, fazem remessas ilegais de divisa, fraudam a Previdência e os direitos trabalhistas. Será que o Estadão estaria imune?
No editorial de hoje, o jornal concentra seu ataque às centrais. Até hoje, ele não engoliu a histórica iniciativa do governo Lula, que legalizou as centrais e garantiu recursos para sua atuação. Para o Estadão é um absurdo que as centrais usem este dinheiro para “realizar cursos de formação, organizar convenções ou congressos e, sobretudo, para atrair mais sindicatos, pois a distribuição do bolo do imposto sindical é proporcional ao número de entidades e de trabalhadores da base que, teoricamente, elas representam. Gastam também com passagens aéreas, hospedagens, alimentação e outras despesas de viagem”.


A quem interessa o fim da contribuição?
É para evitar estas “anomalias” que o Estadão volta à carga. “Criado na década de 1940, durante a ditadura varguista do Estado Novo, o imposto sindical é cobrado em março de todos os trabalhadores, na base de um dia de trabalho. Mudou de nome em 1966, para ‘contribuição sindical’, mas manteve suas características originais e continuou a gerar distorções... Durante o segundo mandato de Lula, as centrais foram incluídas entre as entidades habilitadas a receber uma fatia do bolo do imposto sindical”.
O editorial até registra que a CUT é contra a cobrança, mas não poupa a entidade. “A maior das centrais, a CUT, vinculada ao PT, e também a que recebe a maior fatia do bolo sindical (no ano passado, teve direito a R$ 31,9 milhões), diz-se contra o imposto sindical, mas não abre mão do dinheiro que o imposto lhe assegura”. Na verdade, o Estadão não quer a tal “autonomia sindical” e o “fim dos pelegos”. Deseja, isto sim, enfraquecer o sindicalismo. “Seria melhor para o país se acabasse esta estrutura anômala”.
O motivo da pregação é simples. Para o Estadão, o sindicalismo dificulta a exploração capitalista e “se mostrou totalmente incapaz de acompanhar as transformações no mundo do trabalho” – sofisma o jornal, que defende a flexibilização das leis trabalhistas e a precarização do trabalho. Só os ingênuos não percebem. E o Estadão nem disfarça. No texto seguinte, intitulado “desafios do envelhecimento”, ele prega abertamente a “revisão do sistema previdenciário, a começar pela idade mínima para aposentadoria”.

Retirado de:  http://altamiroborges.blogspot.com